quarta-feira, 30 de abril de 2008

hier encore

ainda ontem
eu tinha vinte anos
acariciava o tempo
e brincava de viver
como se brinca de namorar

e vivia a noite
sem considerar meus dias
que escorriam no tempo
fiz tantos projetos
que ficaram no ar

alimentei tantas esperanças
que bateram asas
que permaneço perdido
sem saber aonde ir

os olhos procurando o céu
mas, o coração posto na terra

ainda ontem
eu tinha vinte anos
desperdiçava o tempo
acreditando que o fazia parar

e para retê-lo, e até ultrapassá-lo
Só fiz correr e me cansar
ignorando o passado
que conduz ao futuro

precedia da palavra "eu"
qualquer conversação
e opinava que eu queria o melhor
por criticar o mundo com desenvoltura

ainda ontem
eu tinha vinte anos
mas perdi meu tempo
a cometer loucuras

o que não me deixa, no fundo
nada de realmente concreto
além de algumas rugas no rosto
e o medo do tédio

porque meus amores
morreram antes de existir
meus amigos partiram
e não mais retornarão

por minha culpa
criei o vazio em torno a mim
e gastei minha vida
e meus anos de juventude
do melhor e do pior
descartando o melhor

imobilizei meus sorrisos
e congelei meus choros
onde estão agora
meus vinte anos?


música de Charles Aznavour, Hier Encore.

hã?! como assim?!

- tava onde, filha?
- na faculdade fazendo prova...
- vai sair de novo?
- não.
- não?!
- não.
- mas, o que houve?!
- nada.

cara de "num tô acreditando!"

- é que tá chovendo, tô cansada.. sei lá...
- ah! isso mesmo, fica em casa!

minha mãe adora dizer "fica em casa!" e a gente sempre ignora.

eu até estava pensando em sair, mas nada me deixou muito empolgada...
alguma coisa está fora da ordem, eu sei.
tô com medo!

amanhã é feriado, tem um monte de coisas acontecendo por aí, mas eu quero ficar em casa hoje.

"essa garota tá esquisita..."
adoro quando a Nancy canta "call me, don't be afraid, you can call me... maybe it's late, but just call me... tell me and i'll be around"

terça-feira, 29 de abril de 2008

imagem é tudo, sede não é nada.

Quando conhecemos uma pessoa, à primeira vista, temos um pré-conceito sobre ela baseado na sua aparência. Isso inclui roupas, acessórios e beleza (a interior vem depois...).
Com o fotolog e o orkut, além da aparência, a pessoa pode te ajudar a formar esses pré-conceitos mostrando as suas prefêrencias musicas, artísticas, de cinema e por aí vai.
E, juntando todos esses elementos, você julga se a pessoa é legal o suficiente pra se relacionar com você ou não.

Um perigo, gente!

Imagem é uma coisa que a gente constrói. Logo, eu não sou o que você pensa que eu sou, assim como você não é o que eu penso que você é.
Mas com o tempo, isso tudo se resolve...



As pessoas vendem conceitos, compra quem se identifica com eles.
Compro.
Se eu me arrependo, jogo fora.
Nem quero meu dinheiro de volta...




foto: capa da Vogue de 1965.

Hilda Furacão, a Guevara do sexo.


Comprei a caixa da minissérie há algum tempo, mas só assisti uma vez. Vi todos os capítulos em duas noites... pois é. Fiquei hipnotizada, não conseguia parar de ver.
Adoro o roteiro, o figurino, os atores, o romance...

Hoje tirei a TV do meu quarto (mais uma vez), para conseguir estudar, ler, dormir, desenhar... principalmente, dormir. Mas, tive a brilhante idéia de rever a minissérie.
Agora estou aqui com os olhos fervendo e já são quase 4:00 da manhã.
Tenho que trabalhar de manhã e preciso estar atenta, caso contrário, corto meu dedo fora ou me furo com alfinetes... hahaha brincadeeeira!

Adoro a Hilda... além de se tornar celebridade da Zona Boêmia, conseguiu tirar a virgindade de um padre! Sem falar da caridade que fazia para os feios desprezados pela sociedade...

"ou é uma santa, ou uma revolucionária... uma guevara do sexo!"